Apresentação
A FANZINETECA DE AVEIRO é uma secção física especial dedicada aos “Fanzines”, Revistas e Jornais alternativos que existe dentro da Biblioteca da Escola Secundária José Estêvão em Aveiro. (O protocolo da sua implementação foi assinado a 19 de Janeiro de 2023)
Surge com o principal objetivo de preservar estes importantes documentos da cultura e expressão “underground” além, disso, dar a conhecer à população conteúdos alternativos muito relevantes a nível artístico, em áreas como a Banda Desenhada, Música, Cinema, Fotografia, Design, Ilustração, Escrita, Poesia, Política e Sociedade.
Esta é a coleção pessoal de Miguel Alexandre Simões Correia, por ele adquirida ao longo do tempo e agora disponibilizada para consulta por toda a comunidade para fins de pesquisa, investigação ou mero interesse por este tipo de publicações.
Poderá ser acedida fisicamente (Após conclusão do processo de catalogação que está a decorrer) no local e horário de funcionamento da biblioteca da escola e, também, por via digital através deste sitio “web” e dos catálogos “online” de: Rede de Bibliotecas da Região de Aveiro, Rede de Bibliotecas Municipais de Aveiro e Agrupamento de Escolas José Estêvão.
Por uma questão de diferenciação e especialização, a coleção inicial alberga exclusivamente obras editadas em Portugal. Podendo, no futuro, ser alargada para receber obras internacionais.
A atividade da Fanzineteca de Aveiro, não se esgota na disponibilização desta coleção de publicações, vai mais além e pretende fomentar atividades relacionadas com este género de manifestação editorial, por isso desenvolve com regularidade um conjunto de eventos e ações ligadas à edição informal, à publicação independente e ao “design” experimental. Estes eventos assumem o formato de exposições, seminários, oficinas e/ou ações de formação.
Além disso, a Fanzineteca de Aveiro pretende assumir a responsabilidade de criar uma Rede Portuguesa de Fanzinetecas, para incentivar um espírito de interação entre as várias fanzinetecas portuguesas, quer seja com intercâmbio de exemplares de “fanzines” repetidos, quer seja com a criação em conjunto de eventos, exposições e/ou “ateliers” que possam itinerar em Portugal.
Catálogo
Aqui pode consultar as 992 publicações do acervo da Fanzineteca de Aveiro
PRIMATA COMIX #16 – A SEMANA PASSADA
DEBAIXO DO BULCÃO # Trinta e seis
MORTE À CENSURA #2 (Todas as armas que precisamos)
BD # 4- FANZINE DE ESTUDO DA BANDA DESENHADA
DEBAIXO DO BULCÃO # Quarenta e quatro – Cores
O que é um Fanzine?
A palavra FANZINE é um neologismo com origem nos E.U.A. O termo nasceu graças à junção da palavra fan (ou fã, no aportuguesamento, com o sentido positivo de entusiasta, apaixonado), com zine, última sílaba de magazine (equivalente a publicação ilustrada).
Consequentemente, o significado de fanzine será o de um magazine feito por fãs de um determinado tema e destinado a fãs desse mesmo tema.
Os primeiros fanzines, ou proto-revistas, apareceram nos Estados Unidos da América na década de 1930, editados por jovens adultos, inicialmente dedicados à ficção científica, mas logo a seguir apareceu em 1936 o primeiro dedicado à Banda Desenhada.
Mais perto de nós, em França, os fanzines surgiram nos anos sessenta, dando prioridade aos textos críticos e de estudo sobre a BD, editados por adultos profundamente conhecedores do tema.
Em Portugal, o primeiro fanzine foi o Árgon, editado por jovens e com banda desenhada também feita por jovens, datado de Janeiro de 1972.
Os fanzines tratam de variados temas, abarcando por vezes, vários ao mesmo tempo. Os preferidos são: banda desenhada, cartoon, ilustração, ficção científica, música (punk, pop, rock, heavy metal,etc.), cinema (gore, em especial), literatura (prosa e poesia), política (privilegiando o anarquismo), esoterismo, veganismo, jogos de computador, desporto…
Costumam ter uma atitude vincadamente subversiva ou anti-sistema.
Os títulos, para além de eventualmente definirem o conteúdo, demonstram com frequência grande imaginação, anti-convencionalismo e até alguma agressividade em relação à sociedade, características que, não raro, também são evidenciadas, e até reforçadas, pelo respetivo grafismo.
A originalidade destas publicações, maioritariamente alternativas e experimentais, incide bastante na apresentação visual, e reflete-se ainda no formato e número de páginas: tanto uma coisa como outra chegam a ser diferentes de um número para outro, bem como o próprio título. Por vezes, os faneditores (editores de fanzines), por distração ou deliberadamente, fazem saltos na numeração e longas pausas na publicação
Várias outras facetas muito próprias caracterizam estes magazines amadores, nomeadamente, não serem editados com intuitos lucrativos, os seus colaboradores não são pagos, têm pequenas tiragens, habitualmente não respeitam qualquer periodicidade e a distribuição é escassa, apenas feita pelo próprio editor, que os põe à venda em feiras de fanzines, nos festivais de BD e nas livrarias especializadas.
Quando apresentam melhor qualidade gráfica – ao substituírem as fotocópias pela impressão em offset -, têm ISBN, e são distribuídos a maior nível , passam a chamar-se prozines.
Este é um texto de Geraldes Lino complementado por inteligência artificial (Chat GPT) em Setembro de 2023
Classificação
As obras que constam no acervo da Fanzineteca de Aveiro estão catalogadas no nosso sistema interno mediante critérios relevantes para a identificação e classificação deste tipo de publicações. Este sistema está sujeito a melhorias ao longo do tempo.
Além do nosso sistema de catalogação interno, contamos com a preciosa colaboração do Município de Aveiro, e em concreto com a equipa da Biblioteca Municipal de Aveiro localizada no Edifício Atlas, com a qual temos estado a proceder à catalogação no seu sistema Nyron, que contempla outros critérios bibliotecários ainda mais aprofundados. Com este importante passo, a coleção da Fanzineteca de Aveiro pode ser pesquisada através da Rede de Bibliotecas Municipais de Aveiro e por sua vez, também pela Rede de Bibliotecas da Região de Aveiro (CIRA), o que significa que o número de pessoas com acesso a esta informação é muito alargado, correspondendo a uma área territorial que abarca toda a Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro.
Por seu lado, também na Biblioteca da Escola Secundária José Estêvão está a ser feito um trabalho notável pelos professores e restante equipa, no sentido de associar esta seriação ao sistema de pesquisa da escola tornando possível encontrar todas as publicações da Fanzineteca de Aveiro nas diversas escolas do Agrupamento de Escolas José Estêvão.